A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) tem se tornado cada vez mais procurada por homens que enfrentam os impactos da andropausa — a queda gradual dos níveis de testosterona a partir dos 45–50 anos. Embora a TRH possa trazer diversos benefícios, também envolve riscos e exige cuidados especiais. Neste artigo, vamos explicar o que é a TRH, quais são seus prós e contras, e como se preparar antes de iniciar o tratamento.
A Terapia de Reposição Hormonal consiste na administração de testosterona (via injeções, géis, adesivos ou pellets subcutâneos) para restaurar os níveis hormonais a patamares mais próximos dos de um homem saudável e jovem. O objetivo é aliviar sintomas típicos da andropausa, como queda de libido, fadiga, perda de massa muscular e oscilações de humor.
Mecanismo de ação: ao repor a testosterona, a TRH atua diretamente nos receptores celulares, promovendo síntese proteica, melhora da densidade óssea e regulação do humor.
Vias de administração:
Géis e cremes tópicos: aplicados diariamente, permitem ajuste fino da dose.
Injeções intramusculares: doses quinzenais ou mensais, com pico hormonal logo após a aplicação.
Adesivos transdérmicos: substituídos a cada 24–48 horas, garantem liberação contínua.
Pellets subcutâneos: pequenos implantes sob a pele, com liberação gradual por 3–6 meses.
Recuperação da libido e função sexual
Homens em TRH relatam aumento do desejo sexual, melhora na qualidade das ereções e maior satisfação íntima.
Ganho de massa muscular e força
A testosterona favorece a síntese proteica, auxiliando na hipertrofia e manutenção da musculatura, mesmo com esforços moderados na academia.
Aumento de energia e disposição
Níveis adequados de testosterona combatem a fadiga crônica, promovendo maior vitalidade para as tarefas do dia a dia.
Melhora do humor e saúde mental
A TRH pode reduzir sintomas de depressão, irritabilidade e ansiedade, estabilizando o equilíbrio emocional.
Saúde óssea e cardiovascular
Estudos indicam que a reposição hormonal pode contribuir para a densidade óssea e perfil lipídico mais favorável, reduzindo o risco de osteopenia e algumas complicações cardiovasculares.
Acne e oleosidade da pele
O excesso de testosterona pode desencadear surtos de acne e aumentar a oleosidade, principalmente no rosto e costas.
Retenção de líquidos
Inchaço em torno de tornozelos e mãos pode ocorrer, exigindo ajuste de dose ou mudança de via de aplicação.
Poliglobulia (aumento de glóbulos vermelhos)
Excesso de testosterona pode elevar a contagem de hemácias, aumentando o risco de trombose. Exames periódicos de hemograma são imprescindíveis.
Apneia do sono
Em homens suscetíveis, a TRH pode piorar quadros de apneia, demandando avaliação de sono antes e durante o tratamento.
Risco teórico de câncer de próstata
Embora dados mais recentes indiquem que a reposição, em geral, não aumenta significativamente o risco de câncer de próstata, todo paciente deve passar por PSA (antígeno prostático específico) e exame de toque retal antes de iniciar a TRH e em acompanhamento anual.
Avaliação médica completa
Exames iniciais: testosterona total e livre, hemograma, perfil lipídico, função hepática, PSA e avaliação cardíaca.
Anamnese detalhada: histórico de câncer de próstata, apneia do sono, doenças cardiovasculares ou episódios de trombose.
Escolha adequada da via de administração
A decisão entre gel, injeção, adesivo ou pellet deve considerar rotina de aplicação, tolerância à flutuação hormonal e perfil de efeitos colaterais.
Monitoramento periódico
Testosterona sérica: a cada 3–6 meses, para ajustar dose.
Hemograma completo: a cada 6 meses, para rastrear poliglobulia.
PSA e toque retal: anualmente, para vigilância prostática.
Avaliação cardíaca: em pacientes com fator de risco, realizar ecocardiograma ou teste ergométrico conforme orientação.
Ajuste de dose e de via
Sintomas de excesso ou insuficiência hormonal indicam necessidade de revisão do esquema. Um protocolo flexível assegura melhores resultados e menor incidência de efeitos adversos.
Para homens que não desejam ou não podem fazer TRH, opções complementares incluem:
Exercícios de resistência e aeróbicos para estimular a produção natural de testosterona.
Suplementos nutricionais (vitamina D, zinco, magnésio e ômega-3).
Terapias comportamentais (coaching, psicoterapia) para lidar com mudanças emocionais.
A Terapia de Reposição Hormonal na andropausa pode transformar a qualidade de vida, mas exige decisões informadas e acompanhamento médico rigoroso. Se você sente os sintomas da andropausa e quer saber se a TRH é indicada para o seu caso, procure um especialista em saúde masculina.